Dart 72

Quem de nós nunca sonhou acordado após assistir um episódio de Rides ou de Overhauling? Pois é, não sou diferente de vocês. Se eu tivesse uma conta bancária bem farta, sem duvida produziria o meu próprio episódio de Overhauling! hehehe... Agora com 34 anos e depois de a vida me ensinar algumas coisas, resolvi não cometer os mesmos erros novamente. Sejam eles por pressa ou por falta de dinheiro. Então qual seria o primeiro passo se tratando de montar um novo motor do zero? Já vi alguns colegas que pegavam o catálogo da Summit e iam diretamente ao final da página onde encontrava-se o comando mais graduado, a bobina mais animal, a embreagem mais porrada, as molas mais duras, o quadrijet mais fodoblástico e assim por diante!



Conversando com o Null, ele me diz que tem um "gringo" de Caxias do Sul que esta morando em Porto Alegre. Que esse tal gringo é engenheiro mecânico, e que e faz projetos de motores a partir de um software. E o tal engenheiro estava dando assessoria para o Maverick V8 de arrancada do amigo Alexandre Kroeff, e obtendo alguns avanços significativos em pista! Bem, antigamente eu não acreditaria nessas coisas, mas vamos concordar que estavamos em 2009, e hoje em dia é a coisa mais comum termos simuladores para tudo!!! Os americanos já esparramavam motores desde a década de 20! Então seria questão de tempo até alguém colocar todas as variáveis possiveis de um motor para dentro de um programa de computador! Sendo assim liguei para o Alexandre e peguei o email do tal cara.



Marcamos uma "reunião" e lá fui eu a Porto Alegre me encontar com o tal engenheiro, seu nome: Gustavo Minella! As primeiras perguntas que o cara me fez foram as seguintes: 1 - Para qual uso será o carro? 2 - Quanto tu pretende gastar? 3 - Qual as "grifes" que tu gostaria de usar? Essa ultima pergunta eu achei engraçada, mas ao mesmo tempo muito interessante! E antes que eu falasse alguma coisa ele já completou dizendo o seguinte: "Sim, nós estamos falando de algo que para muitos nada mais é do que a realização de um sonho! Então como não dar a devida atenção para isso, dar atenção aos mínimos detalhes pode fazer toda a diferença tanto na estética como na performance!!! Naquele momento percebi que aquilo não era coisa exclusivamente minha. Ví que outros Dodgeiros pensavam da mesma maneira que eu!



Perguntas respondidas, então disse a ele uma coisa que não me saia da cabeça. Meses atrás ouvi o Evandro Parma falar uma coisa, e achei aquele raciocínio muito interessante: "Todos falam em colocar um Big Block em carros de rua, mas para que se podemos obter uma ótima cilindrada fazendo um Stroker? Praticamente não se mexe no peso frontal do carro, não se altera a distribuição de peso!!!" Então o Minella completa o pensamento do Parma me dizendo de maneira simplificada que um 318 para ter 400 cv teria que girar 7000 rpm enquanto um 390 para obter a mesma potência teria que girar 6000 rpm. Todos nós sabemos que onde ocorre o maior desgaste e o maior risco de quebra é quando o motor está girando alto, sendo assim eu já tinha feito a minha escolha. Seria um Stroker!!!


Ao longo daquela semana o Minella me passou algumas variáveis de comando de válvulas. Minha nossa, quanta diferença!!! Só na troca do comando Mopar pelo Lunati nós tivemos um ganho de 28 cv. Depois ele me passou os comparativos entre as admissões dual plane X single plane, mais uma adição de 23 cv. Só nessas duas modificações eu tinha ganhado 51 cv! Tudo isso acompanhado de gráficos mostrando potência e torque com as conclusões finais para eu analizar qual a melhor opção. Após tomar essas decisões ele me enviou um relatório completo, onde consta todas as peças, com seus respectivos part numbers, e as lojas que tem o menor preço lá nos USA. Só nesta economia o projeto já se pagou! Mas quando dividi a cavalaria adquirida pelo investimento, tive a convicção que tinha feito a coisa certa, pois nunca obtive de tanta potência com tão pouco dinheiro empregado! Obrigado por tudo Dr. Minella!!!
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