quinta-feira, 8 de abril de 2010

Chegou a hora do adeus...



Depois de quase 10 anos de convivência, de muitas festas , algumas viagens, muitos passeios e varias aventuras, chegou a hora de nos separarmos.
Eu iria me casar em alguns meses, precisava de um carro para a minha esposa trabalhar no dia a dia.Por mais que a minha futura esposa (Ana Letícia) amasse dirigir o Dodge, tinhamos que concordar que não dava!
Pela primeira vez em minha vida eu iria morar em um apartamento, para ser mais exato em um condominio com 72 apartamentos divididos em 3 blocos.
Cada vez que eu entrava no prédio boa parte das janelas e portas vibravam por causa da ressonância causada pelas Flow Master.



Eu acreditava que estava em outra fase da minha vida, estava reformando todo o apartamento, fazendo os preparativos do casório. Na minha cabeça eu já estava imaginando como seria a despedida, achava que a melhor hipótese seria vender o carro para alguém de uma cidade distante. Lembro como se fosse hoje o meu amigo Ricardão me falando: "não vende, não vende, tu vai se arrepender, não se encontra mais carros como o teu, não vende!!!"
Mas a unica coisa que eu falava era que eu estava decidido, que estava em outra fase da minha vida e blá blá blá...



Casamos e nós mudamos para o apartamento. Eu estava muito feliz, tinhamos nosso próprio lar, estavamos começando a nossa vida a dois e meu fiel escudeiro junto comigo, não sabia até quando mas também não pensava muito nisso. Quando a hora certa chegasse nos separariamos!
Minha esposa me ajudou muito estando ao meu lado quando alguns criticavam dizendo que eu não queria realmente vender o carro por causa do valor que estava pedindo!É incrível como as pessoas acham que nossos carros valem 5 mil, 10 mil...



Mas tinha uma coisa que me incomodava muito. Pelo fato de ser o mais novo morador e não querer ser o cara mais anti social dos três blocos por causa do ronco do Dodge, eu acabava deixando o mesmo do lado de fora do condominio toda vez que chegavamos depois do horário de silêncio. Sabia eu que mais dia ou menos dia algo de ruim poderia acontecer.
Certa vez estou chegando do trabalho as 11:45 e vejo meu carro estacionado ao lado da guarita do prédio com um cara segurando a porta já aberta do Dodge. Quando o cara me viu entrou dentro de um Pálio e fugiu.



Logo após esse episódio apareceram 3 interessados em comprá-lo, e acabei fechando negócio. O mais engraçado é que quem acabou comprando o carro foi um gurizão que morava bem próximo a casa dos meus pais. Nunca vou esquecer do momento que entreguei as chaves e vi o novo proprietário dando a partida e saindo do estacionamento.


Quando cheguei em casa a noite contei pra minha esposa como tinha sido a entrega do Dodge. Foi uma cena sureal, pois éra meio dia e eu estava na calçada e a medida que o Dodge ia se distanciando eu ia dando alguns passos, quatro ou cinco, para vê-lo ir embora. Quando me dei de conta eu estava no meio da rua, não tinha nenhum carro passando naquele momento, e um silêncio absoluto tomou conta daquele momento.
Tive a nítida impressão que até o tempo parou!!!

6 comentários:

  1. Caju,

    Eu exatamente como é esse sentimento de ver um carro tão querido indo embora...
    Mesmo que a gente se convença de que fez a coisa certa, de que outros carros virão, naquela hora tudo fica vazio, nada tem mais valor, enfim...
    Depois de ter visto tanto carango bacana indo embora, por vários motivos em várias épocas, agora eu só espero o meu Dodge chegar...E esse vai ficar pra sempre comigo, esse eu não quero estar mais vivo pra ver ir embora...

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  2. Caju:

    Lembro-me bem deste dia.Não seria diferente, pois além de ter adquirido o "nosso" Dart, como você mesmo chama, foi o dia em que nasceu minha filha Luísa.Costumo diser que não comprei seu Dodge, mas sim assumi a paternidade dele, pois é como um filho, e naquele dia eu estava sendo pai de dois...
    Por falar nisso, que aquisição suada esta,não? Poucos sabem das pedras que chutei do meu caminho até finalmente ter o Dartão! Foram duas até entrar no gol.Mas é como a vida nos mostra: tudo ao seu tempo, na hora certa e para a pessoa certa, pois tu sabes o quanto zelo por este carro.Até casa própria ele tem agora...hehehe
    Uma coisa quero deixar registrada aqui para quem possa ler é a Hombridade com que foi feito o negócio, desde o primeiro cheque de R$ 500 que assinei dentro do carro (lembra?) até a lavagem, tanque cheio e garantia que você deu!Coisa rara hoje em dia.
    Quando fiquei sabendo que você já tinha comprado outro Dodge, dei muitas risadas e disparei: "É uma cachaça que ele não se livra!"
    Ao mesmo tempo senti um alívio pois sei que isso iria te fazer esquecer o trauma da despedida do DOD1976.Além disso, torço para que este projeto se conclua com sucesso muito em breve, pois será mais um dodgeiro nas ruas fazendo parcerias em indiadas de v8 por aí com toda essa tua simplicidade, cumplicidade e careca lustrada...
    As ruas precisam de pessoas assim como nós, que curtem um bom programa entre amigos para confraternizar, trocar experiências, histórias, ao contrário de fazer competição de belezas, disputas de ego e panelinhas...

    Um grande abraço e conte comigo!!

    Roque Bogorny Junior

    P.S.

    Coincidência ou não, acabo de ver no relógio que hoje completam dois anos que tenho o Azulão.

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  3. Valeu pelo depoimento "sócio"!!!
    Espero estar com o 72 nas ruas o mais breve possível para batermos uma foto dos dois lado a lado!!!

    Abraçao...

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  4. Cajú, agora comecei a fuçar os seus posts. Nem sonhava que esse carro era teu! Vi no Mercado Livre há algum tempo, fiquei babando. Não lembro quem estava vendendo, mas lembro que comprei um volante de dart 73 do dono. É duro mesmo se separar do carro. Lembro da notícia, quando tinha nove anos, que o motorista esta levando o Magnum para o novo dono.

    abraços Vital

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Eu sou um dos que ficava babando por esse dodge no Mercado Livre!hehehe

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