segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sonho de consumo.



No filme 60 segundos o ator Nicolas Cage interpretava o personagem Randall "Memphis" Raines, um ladrão de carros que era obcecado por sua Eleanor, um Ford Mustang Shelby GT 5oo 1967. Já no meu caso a minha Eleanor nada mais é do que o Dodge Dart Hemi Super Stock de 1968. Qual o Dodgeiro que nunca pensou em ter, dirigir, ou apenas escutar pessoalmente um Hemi 426? Já que agora tenho um Dart 72, que é um modelo praticamente idêntico ao 68 americano, resolvi fazer a lateral traseira igual a do Dart Hemi em sua homenagem! Segue abaixo um pequeno resumo sobre essa grande obra de engenharia da Chrysler que tornou-se um mito!!!



Carros de corrida vendidos ao público comum! Esta era a realidade vivida pelos Norte-Americanos, na era dos Muscle Cars. Se voltarmos aos anos 60, veremos que estes carros especiais não só eram populares nas corridas de NASCAR e NHRA mas também nas ruas. Naquele período, as montadoras utilizavam as corridas oficiais como forma de conquista novos e fiéis compradores. De olho no mercado e nas regras dos campeonatos, modelos como o Ford Fairlane Thunderbolt com motor 427', Pontiac Catalina 1962, Ford Torino Talladega e o recordista Dodge Charger Daytona, foram lançados e vendidos normalmente ao público.



A potência e o exagero na cilindrada era algo desejado por todos, e mais ainda pela própria Chrysler! De olho nas provas de arrancadas promovidas pela NHRA, a montadora contratou a Hurst Performance para produzir cerca de 80 unidades especiais do Dodge Dart e do Plymouth Barracuda. A Hurst atendeu prontamente seu pedido, pois nenhuma fábrica conseguiu produzir um carro tão selvagem, devastador e assustador como o Dodge Dart Hemi Super Stock de 1968. Só mesmo a Mopar para construír algo como o Hemi Dart, afirmam os especialistas Norte-Americanos. Tom Shaw, jornalista da revista Muscle Car Review chegou a escrever: "A Chevrolet até poderia ter construído um algo como o Dart Hemi, mas somente a Chrysler teve a coragem para isto"!!!



No dia 20 de Fevereiro de 1968 (aniversário do meu pai...hehehe), a Chrysler envia cartas aos seus revendedores alertando sobre a opção de seus novos modelos. Sob o código L023 (Dart) e B029 (Barracuda) eram destinados às competições e vendas ao consumidor. Levando em consideração que para vencer arrancadas temos que ter o menor peso possível e a maior potência disponível, sendo assim os Super Stock Dodge e Plymouth eram perfeitos. Totalmente aliviados e muito mais leves que as versões originais. O Dodge Dart Hemi tinha ambos paralamas dianteiros e o capô de fibra, paralamas traseiros "cortados" aliviando peso e aumentando o espaço disponível para os pneus. As portas e parachoques eram produzidos com chapas de aço mais finas que o normal, as máquinas de vidros eram removidas, um cinto com trava mantinha os vidros fechados! Não possuia rádio, aquecedor, material isolante, banco traseiro e outros itens considerados "supérfluos" para carros de corrida. Até mesmo os bancos dianteiros eram mais leves, com estrutura em alumínio e a bateria era deslocada para o porta-malas. Com todas essas mudanças conseguiram eliminar 683 Kg dos 1660 originais!!!



O melhor desta incontrolável máquina era o motor. Debaixo do capô tudo era feito para suportar o enorme HEMI 426. O cilindro mestre era deslocado para dar espaço para as tampas de válvulas, a direção hidráulica era removida, o agregado era adaptado e pequenos "amassados" no cofre e paralamas internos eram necessários para acolher o novo motor. Os cabeçotes eram de ferro fundido mas havia a opção em alumínio. Tuchos mecânicos, corrente dupla de comando, bomba de óleo hi volume, taxa de compressão de 12.5:1, dois carburadores Holley Quadrijet mecânicos e coletores dimensionados Competition Hooker. Tentando driblar as regras impostas pelo governo para circulação de automóveis de passeio, a Chrysler declarava menor potência e torque do seu motor HEMI: "apenas" 425 cv e 67,5 Kg/f de torque disponíveis a 4.000 rpm. Porém, especialistas constataram que o Hemi tinha, na verdade cerca de 600 cavalos de potência, pois girava na casa dos 6000 rpm!



Para suportar e transmitir toda a potência para o chão, o comprador tinha duas opções, optava-se pelo câmbio de 4 marchas com alavanca Hurst ou pelo TorqueFlite automático. O diferencial era o Dana 9 3/4, com relação curta: 4.88. Os freios eram à disco na dianteira e tambor na traseira. A suspensão recebia um pacote especial denominado "High Control" e rodas de aço aro 15. A troca dos pneus originais, por esportivos, deveria ser feita pelo próprio comprador. Ao final do projeto a Chrysler havia produzido um dos carros mais rápidos do mundo, pois tinha apenas 977 kg, obtendo uma relação de peso/potência de 1,628 kg por cv. Para conter o ânimo dos compradores era necessário assinar um termo de responsabilidade imposto pelo governo Norte-Americano. Vamos convir que "pilotar" um carro de rua que faz 402 metros em 10 segundos não é para qualquer um, ainda mais na decada de 60. Para termos uma idéia de quão estúpido o Dart Hemi é, a Ferrari Enzo fica meio segundo atrás dele nos 402 metros!!!

6 comentários:

  1. kkkk
    O L023 é mesmo uma barbaridade, carro sensacional na prática como quanto conceito.
    Agora sendo bem desagradável, o ÚNICO detalhe dele que eu não acho legal é justamente o recorte no paralamas...rs
    Mas como citado, é um "detalhe"...kkk
    Teu carro vai ficar sensacional cara.

    Abraço!

    ResponderExcluir
  2. Não gosto desse filme por causa daquela "nega branca, beiçuda", mas os carros são incríveis, principalmente a Eleanor. O filme que mais gosto é o Velozes e Furiosos,....

    ResponderExcluir
  3. Lê, a primeira versão desse filme 60 Segundos é muito, muito mais interessante...Se o teu marido não tiver ela, eu prometo fazer uma cópia, pode mandar ele me cobrar, ok ?

    ResponderExcluir
  4. Hehehe...tenho sim Márião! O salto do Mach 1 é muito legal, e muito mais realista que o do remake!

    Abrção...

    ResponderExcluir
  5. Claro, até porque o salto do filme original foi verdadeiro, e não uma montagem bem fraca feita com 3D...Em 1973 era possível arremessar um Mustang Mach 1 zero bala e destruí-lo por completo, mas quase trinta anos depois isso acabou ficando "inviável", mesmo que fosse apenas um modelo Shelby GT 500 meio "Chip Foosado"...
    Tsc,Tsc,Tsc...

    ResponderExcluir
  6. Cara, pelo visto temos sonhos parecidos. Toca ficha no dartão, ainda vamos acelerar muito juntos. Falow. Pulita

    ResponderExcluir

Newer Posts Older Posts